Se “Árvores, Verdes Árvores” fosse uma peça realista, poderia iniciar-se com a seguinte fala de um Narrador: “Naquele tempo, era bom morar nesta zona da cidade. Havia aqui um parque frondoso e acolhedor, não existia ainda aquela floresta de betão armado e o ar deixava-se respirar, com outra volúpia, outra naturalidade.”
Porém, trata-se de uma peça ingénua e embora a ingenuidade – no campo teatral, como em tantos outros – nem sempre seja muito defensável, escolhi este caminho para levar os espectadores, sobretudo os adultos, a reflectirem sobre o gigantesco contraste que existe entre a fábula destas árvores palradoras, onde tudo acaba no melhor dos mundos, e aquilo que se passa efectivamente na maioria das nossas cidades, onde cada vez mais escasseiam as zonas verdes, engolidas pela avalanche de uma desordenada construção civil.
O Autor - JSS
Mais uma vez o T.I.L. – Teatro Independente de Loures leva à cena esta peça que, em 1979, encomendou ao Autor e nesse mesmo ano estreou, em espectáculo realizado no Parque do Monteiro – Mor – Lisboa, transmitido a 21 de Março pela RTP.
Depois e a propósito do I Congresso Florestal Nacional, efectuado em 1986, estreámos uma nova encenação na Tapada da Ajuda e andámos por aí ao longo de 27 espectáculos.
Agora, passados mais de vinte anos e por intermédio de JSS, voltamos com outra encenação, – e obviamente, com novo elenco – tendo como alavanca a Evocação promovida pela ADPS.
Infelizmente, como acima escreve o Autor, as circunstâncias que a peça aborda mantêm-se – ou pioraram… Nada mais oportuno, portanto, que voltarmos ao combate, sobretudo junto dos mais novos, quando se celebra o Ano Internacional do Planeta Terra.
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